Para a Organização Mundial da Saúde – OMS o envelhecimento acelerado da população mundial é um dos maiores desafios que as nações têm pela frente nesse século. Nesse contexto, o Brasil ocupa um papel especial. A expectativa de vida evoluiu rapidamente nos últimos 50 anos. Em 1970 era de 57,6 anos; nos anos 90 subiu para 66,9; em 2022 já era de 75, 5 e em 2024 se aproximou dos 78 anos. Especialistas apontam que o ritmo desacelerou na pandemia, mas o país segue firme e forte rumo a inversão da pirâmide etária, tendência constatada no último Censo do IBGE. No Brasil, a cada minuto, três pessoas completam 50 e duas completam 60 anos, formando um universo superior a 55 milhões de pessoas Nessa balada, o Brasil entrará em breve para o grupo dos “países idosos”, que ocorre quando a população 60+ supera os 15+.
A rápida elevação da expectativa de vida em contraponto com à fragilidade das políticas públicas coloca o país em posição de alerta sobre o tema. Soma-se a essa realidade o preconceito etário, que contamina as relações sociais e reduz a oferta de postos de trabalho para pessoas mais velhas. A reforma da previdência, que sempre foi um calcanhar de Aquiles dos governos, não solucionou o problema, aliás a situação está ficando cada vez pior para o trabalhador. .

Apesar do cenário preocupante, o Brasil dispõe de um instrumento, que é o Estatuto do Idoso. Porém, ainda que o documento estabeleça regras claras de apoio e respeito ao idoso, na prática nem os governos, nem a sociedade civil e nem as empresas conseguem colocá-las em prática.
Fator que vem ganhando relevância nesse tema é o poder de compra da população 50+, superior a 2,2 trilhões de reais/ano, incluindo todas as categorias de aposentados, profissionais empregados e empresários (ver tabela). Ainda que 65% dos aposentados recebam apenas um salário-mínimo (R$ 1.518,00), o restante possui ativos valorizados, o que os torna alvos preferenciais de marcas, produtos e serviços.
Poder de compra dos 50+ do Brasil | 2024 | |
Aposentados e Pensionistas do RGPS | R$ 734,3 bilhões |
Aposentados do Serviço Público (federal, estadual e municipal) | R$ 445 bilhões |
Trabalhadores do Mercado Formal | R$ 630 bilhões |
Microempreendedores | R$ 236,3 bilhões |
Empresários (pró-labore) | R$ 240 bilhões |
Total | R$ 2,285 trilhões |
Fonte: Data Center Brasil
Viver com qualidade de vida digna é um dos dilemas da longevidade. A falta de perspectiva aos desafios aqui expostos produz o sério risco de ampliar e não reduzir a exclusão digital, social e econômica a que essa população está submetida. De nossa parte, entendemos que o debate é vital para o futuro de todas as gerações. A Editoria de Longevidade do Jornal da Orla nasceu com a missão de expor os problemas e as soluções, para que o idoso possa vislumbrar uma longevidade ativa, saudável e produtiva.
OS IDOSOS DA BAIXADA SANTISTA
Os 9 municípios que compõem a Baixada Santista – Santos, Guarujá, São Vicente, Itanhaém, Mongaguá, Bertioga, Cubatão, Peruíbe e Praia Grande – abrigam uma população de 1.874.118 habitantes. Do total, 17,29% são idosos com 60 anos ou mais. Por conta da geografia privilegiada, da facilidade de acesso e da proximidade da Capital, essas cidades vêm se tornando destino preferencial dos aposentados do Estado de São Paulo e de outros estados também. Há anos seguidos, Santos encabeça a lista das melhores cidades para os idosos viverem.
SANTOS, CIDADE LONGEVIDADE Apesar do quadro desanimador que persiste na maioria dos municípios brasileiros, a cidade de Santos está na contramão dessa realidade. De seus 430 mil habitantes, mais de 25% têm 60 anos ou mais, mesmo percentual de São Caetano no ABC paulista, Niterói e Porto Alegre. Há anos a Prefeitura Municipal implementa programas de apoio à população idosa, que inclui centros de apoio em diversos formatos e uma extensa agenda de atividades culturais e esportivas, além do serviço de tele-assistência que funciona 24 horas. Este cenário se converteu num forte atrativo para a população sênior optar por viver na cidade.
(EspeciaL para o Jornal da OrlaI e ViverTV+)
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