Quem não cantarolou com Caetano Veloso “xô xuá, cada macaco no seu galho / xô xuá, eu não me canso de falar”. Ou quem não achou graça ao ouvir Cássia Eller cantar “vai morar com o diabo, que é imortal”?
Por trás desses dois sucessos, está a figura irreverente do baiano Clementino Rodrigues, verdadeiro nome de Riachão, que faria 103 anos neste 14 de novembro. A data está sendo comemorada com o lançamento de um disco póstumo pela Natura Discos, em parceria com a Secretaria de Cultura da Bahia.
Riachão foi um dos mais longevos e produtivos artistas da Bahia, onde é considerado um patrimônio do Estado. Deixou mais de 500 composições escritas, muitas das quais ainda permanecem inéditas. Em vida, foi interpretado por Jackson do Pandeiro, Jamelão, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Cássia Eller e Zélia Duncan, entre outros, além de Caetano Veloso e Gilberto Gil, que o tornaram nacionalmente conhecido.
Nos desfiles de trios elétricos, durante o Carnaval, sempre nas cores vermelho ou branco, era facilmente reconhecido pela toalha pendurada no pescoço para se enxugar do suor – e não abandonar a folia.
Baiano de Garcia, neto de escravizados, Riachão tornou-se artista ainda adolescente, em também Salvador, onde fez pontas em vários filmes, entre eles “Os Pastores da Noite”, de Marcel Camus, em 1972, baseado no romance do mesmo nome de Jorge Amado.
Era chamado de “cronista da Bahia! e assim traduzia de onde vinha sua inspiração: “Não me dá ideia de escrever nada, o samba está dentro da minha cabeça, de acordo com o que acontece ao meu redor”.
Ouça algumas músicas de Riachão nessa playlist.
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