As “Blue Zones”, como são conhecidas mundialmente, são regiões do planeta que abrigam pessoas longevas, muitas delas centenárias. O conceito nasceu em 2005, quando a centenária revista americana National Geographic publicou uma reportagem denominada “Os segredos da vida longa”, apontando cinco localidades que tinham essa qualidade: Sardenha na Itália, Ikaria na Grécia, Nicoya na Costa Rica, Okinawa no Japão e Loma-Linda na Califórnia, Estados Unidos. Estudos sobre as razões da longevidade nesses locais definiram 9 fatores determinantes.
Mobilidade natural, caminhar |
Ter um propósito |
Rotinas antiestresse |
Dieta saudável |
Valorização da família |
Uma taça de vinha nas refeições |
Ter uma crença |
Vincular-se à “tribo certa” |
Sentimento de pertencimento |
Trilha da Longevidade no Brasil
O conceito das Zonas Azuis ganhou o mundo, por conta da força da mídia e do acelerado envelhecimento da população mundial. Porém, o geriatra Emílio Moriguchi já vinha estudando o tema há mais de 30 anos no Brasil, sem a mesma repercussão midiática. Ele realizou pesquisas junto à população da cidade de Veranópolis, no Rio Grande do Sul, para determinar os fatores da longevidade daquela população. Muitos deles se assemelham aos das Zonas Azuis. “Como são dados 100% nacionais, que consideram a nossa genética e as nossas características, as descobertas e recomendações podem ser replicáveis em outras cidades brasileiras”, diz o Dr. Moriguchi. Recentemente, “A trilha da longevidade brasileira” se transformou em livro.

Polêmica azul
Como sempre, tem gente do contra. O professor Saul Newman, pesquisador da Universidade de Oxford, na Inglaterra, refuta os principais argumentos sobre as Zonas Azuis, alegando que os dados que sustentam a teoria não são confiáveis. Um dos problemas, segundo ele, está na não obrigatoriedade de certidões de nascimento e atestados de óbitos, que tornam imprecisas as idades dos supercentenários. Porém, especialistas que atuam há muitos anos nesse tema discordam dos argumentos de Newman, alegando que são frágeis e superficiais. Está comprovado que muitas das pessoas mais longevas do planeta vivem nas Zonas Azuis.
Vida longa na Baixada
Polêmica à parte, fato é que o envelhecimento da população acontece em todo mundo, motivado por diversos fatores, entre eles melhoria da qualidade de vida, avanços na medicina e maior conscientização sobre os cuidados com o envelhecimento. Em nosso país, esse processo ocorreu em tempo recorde, em relação aos países da Europa e da América do Norte, como explicamos na primeira reportagem do Jornal da Orla “O Desafio de Envelhecer no Brasil”. A Baixada Santista, em especial os municípios de Santos e Praia Grande, se converteram em porto seguro para idosos de todo país. Portanto, a longevidade é uma realidade por aqui e, por essa razão, é vital compreender todos os fatores que asseguram um envelhecimento seguro e saudável, numa ação que envolve sociedade, governos e empresas. O Jornal da Orla está dando sua contribuição nesse sentido.
(Especial para o Jornal da Orla e portal ViverTV+
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