Juntos e misturados

Juntos e misturados

Solidão é assunto é tão sério que a Organização Mundial da Saúde criou uma Comissão de Conexão Global, baseada em pesquisas que indicam que 1 em cada quatro adultos mais velhos sofre de isolamento social.

Na contramão da solidão nascem alternativas criativas, para estimular a convivência e espantar o isolamento. Uma delas é o cohousing, coabitação em tradução livre. São pequenas comunidades onde as pessoas têm a própria casa ou apartamento, mas compartilham espaços coletivos com seus vizinhos. Estão se multiplicando casos, em que as pessoas se organizam previamente para esse projeto, planejam os espaços e o tamanho das moradias de acordo com o poder aquisitivo de cada um. Importante é criar condições de uma convivência saudável. É uma espécie de república 50+, mas cada um no seu quadrado, por assim dizer.

O cohousing nasceu na Dinamarca, nos anos 70, mas agora ganhou o mundo. Só nos Estados Unidos existem cerca de 200, segundo a Cohousing Association e está se expandindo também pela Europa e América do Sul. Post no Instagram do Couhousing MDP, da Argentina, define a experiência dessa forma: “É uma comunidade autogerida, de concepção própria, que busca o envelhecimento ativo. Uma vida conjunta baseada na amizade e na solidariedade, composta por pessoas 60+, 70+ e 80+ vivendo em espaços privados e outros compartilhados, em contato com a natureza. Atividade e companhia criam nas pessoas um modo de vida mais pleno e feliz”.

No Reino Unido tem uma experiência diferente. Mulheres 50+ se uniram para criar a New Ground Cohousing, que existe desde 2016. Elas se definem assim: “Somos um grupo de 26 mulheres, muitas das quais viviam sozinhas. Embora sejamos todas muito diferentes e tenhamos interesses próprios, conexões familiares e trabalho, o que todas nós compartilhamos é a determinação de permanecer autossuficientes, jovens de coração e ativas”. Esther Rodriguez, de 69 anos, que vive no Ad Petrum Cohousing na região de Madri, endossa a visão das inglesas e  acrescenta que a experiência lhe proporcionou “uma nova família”.

No Brasil a moda está chegando devagar. Já existe cohousing em diversas cidades, entre elas Curitiba, Mogi das Cruzes e Campinas, onde está nascendo a Sênior Vila Conviver, projeto liderado por um grupo de professores da Unicamp. A Baixada Santista é um território atraente para esse tipo de iniciativa, em razão da qualidade de vida que oferece. Está aí uma oportunidade para coroas intrépidos e construtores inovadores. Mãos à obra!

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