Viver portátil

Viver portátil

Depois de meu terceiro casamento, decidi que ia levar uma vida mais leve e adotei o modo de Viver Portátil. Ao longo de nossa existência, consumimos tanto que só nos damos conta do excesso na hora da mudança. Colecionamos móveis, objetos, papéis, livros, roupas, sapatos e tanta tralha inútil, que nos surpreendemos ao constatar que é possível viver com menos. Fiz essa conta e descobri que tudo que precisava para viver cabia em duas malas e uma mochila. Foi o que fiz e não me arrependo.
Na verdade, esse comportamento não é nenhuma novidade. O minimalismo, como filosofia de vida, tem origem no conceito de “minimal art”, que se popularizou entre os anos 50 e 60. Evoluiu e tornou-se uma espécie de filosofia de vida, que tem por base valores como: consumo consciente, desapego a coisas materiais, vida simples, dispor de tempo para si mesmo e respeitar o meio ambiente.

Uma variante dessa filosofia emergiu alguns anos atrás e ficou conhecida como “Low Buy”, “No Buy” ou “Buy Nothing”, basicamente para desestimular o consumo desenfreado de supérfluos. O cartão de crédito e as compras online contribuíram decisivamente para a febre consumista. É comum nos surpreendermos com a quantidade de produtos, que entulham prateleiras, armários, gavetas, dispensa e tantos outros locais onde depositamos o que achamos que será útil um dia. Ledo engano. A pilha cresce, o espaço diminui e adiamos o descarte para outro dia. Quando envelhecemos, temos certa dificuldade de nos desfazer de objetos, fotografias ou até roupas. Tudo bem. É importante preservar lembranças do passado, mas sem excesso. Leva certo tempo para cair a ficha de que,depois de uma certa idade, precisamos dar mais atenção a nós mesmos, aos nossos familiares e amigos do que a coisas materiais que perderam a razão de ser. Experimente. A vida fica bem mais leve e barata. 

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